terça-feira, 13 de maio de 2014

Aquele sobre roubos, Habib's e Tic Tac

Era um domingo de dia das mães. Após uma noite de festa com os amigos, o cara que vos escreve estava indo ao shopping para comprar um presente para sua velha.

No meio do caminho até o ponto de ônibus, eis que um jovem muito simpático, junto de outros três agradáveis colegas, me aborda e manda entregar o celular a ele, dizendo que me mataria se eu não o fizesse. Como não estava muito interessado neste negócio de morrer, entreguei a ele. Porém, ao pegá-lo, o que ele dizia ser uma faca em sua mão se mostra ser apenas duas embalagens de Tic Tac.

Desacreditado de que poderia ser morto por embalagens de plástico, eu tento, demonstrando a vergonhosa malandragem brasileira, pegar de volta o celular das mãos do pobre menino alucinado, que seguia me ameaçando de morte com as balas Tic Tac.

Então, após ser perguntado sobre a senha do meu celular, retruco perguntando se poderia ao menos fechar minhas redes sociais, para que ninguém entrasse. A resposta que recebi foi de que o bom samaritano me cederia o chip do celular. Logo após, ele me mostra o aparelho, para que eu retirasse o chip. Neste momento, pego brutalmente o celular de suas mãos e saio em disparada até um hospital próximo. Absurdo!

Lá, fui muito bem recebido, mesmo após ficarem sabendo da minha atitude de minutos anteriores. Após me acalmar e ficar consciente do crime que cometi, peguei um táxi e fui para casa.

Aqui chegando, ligo para o Habib's e tenho uma conversa com o talvez mais estúpido atendente de telemarketing do país:

- Habibs, boa noite. Não, é boa tarde, desculpa. O que deseja? — Diz o gênio.
- Boa tarde, eu gostaria de pedir um penne à bolonhesa
- Não tenho esse prato disponível...(passa-se um bom tempo). Um segundo, por favor...(passa-se muito mais de um segundo) Você gostaria de que prato mesmo?
- Um penne à bolonhesa. — Respondo, já irritado
- Um segundo, por favor...(passa-se tempo pra caralho)

Termino a ligação com um sonoro "Vai tomar no cu", e ligo novamente para o Habib's, na esperança de encontrar um atendente com um QI maior que o de uma pomba. Logo, sou atendido:

- Habib's, boa noite. Quer dizer, boa tarde, o qu...
- PUTA QUE PARIU — E desligo.

Alguns minutos depois, faço minha última tentativa. Fui atendido por uma mulher que aparentemente — Guarde esse aparentemente na cabeça enquanto segue a leitura — sabia o que estava fazendo. Em menos de meia hora, meu almoço chegou. Ou melhor, meus almoços chegaram. O Habib's enviou duas refeições, cobrou por ambas e ainda me devolveu 16 reais a menos de troco.

Quatro horas da tarde, vou assistir meu time jogar. Para concluir meu belo dia, ele perde para o maior rival após sofrer gol em um pênalti que não existiu, ter um pênalti não marcado pelo árbitro a seu favor e viver o lance de impedimento mais esdrúxulo das últimas semanas.

E assim terminou mais um belo dia na minha vida.

Eu, roubado três vezes no mesmo dia sem direito de pedir música no Fantástico, puto.

Minha mãe, no dia dela, sem presente.

E o simpático jovem que me abordou no início da história, solto. Até porque, para quem me governa, ele é só uma vítima do sistema que não merece ser criticada, graças aos Direitos Humanos. Pobrezinho...

Abraços, @Rafael_Araca.