De todas as negociações feitas entre clubes brasileiros neste início de temporada, talvez nenhuma seja de tão alto risco e tenha sido tão contestada pelos torcedores quanto a de Leandro Damião, pelo Cruzeiro.
Damião não tem nenhuma formação de base. Saiu da várzea para o profissional e precisou, em 2010, aos 21 anos, passar por treinos de fundamentos básicos no Inter. Um ano depois, era indiscutivelmente o melhor centroavante do país, vestia a 9 da Seleção e ouviu Ronaldo falar para a FIFA que ele seria seu sucessor no time mais importante do mundo.
Passaram-se os anos, e Leandro Damião virou motivo de piada. Sua contratação pelo Santos foi considerada a pior da história entre clubes brasileiros, e os noticiários lançaram a questão:
Quem é Leandro Damião? O craque que vive uma fase horrível, ou uma estrela cadente que passou por dois anos nos campos brasileiros e sumiu?
Sem teorias malucas, a resposta é mais simples do que parece.
Damião é um ótimo - nada mais, nada menos - atacante, que, sem ter a preparação da maioria dos meninos que sobem para o profissional dos grandes clubes, se perdeu. Caiu de paraquedas com a 9 do Brasil, quase foi vendido a preço de craque para o Tottenham e acreditou que era.
Mas está longe de ser craque. Damião não é aquele cara que deu uma lambreta no marcador argentino no Superclássico das Américas. Ele é o cara que faz bem o pivô, coloca o companheiro na condição de marcar e estufa as redes quando o deixam em boa posição.
Sabendo que tem limitações, pode ir longe. Achando que é craque e tentando passar por três, é peso morto em um elenco.
Este é Leandro Damião.
Abraços, @Rafael_Araca.