segunda-feira, 30 de junho de 2014

Maior de todas

A Copa de 2014 começou desacreditada e cheia de craques de fora. E, como uma entidade viva que carrega consigo uma alma, absorveu o espírito do Brasil e levou para dentro de campo tudo de melhor que nós temos.

A alegria do brasileiro tomou conta das cidades, os gringos se apaixonaram pelo país que daria vexame, e vimos chuvas de gols. Após duas Copas cheias de resultados previsíveis, surpresas vieram aos montes.

No "grupo da morte", foi a Costa Rica, massacrada por antecipação, quem matou os campeões mundiais e despachou 5 títulos de Copa de volta para casa. Todos os favoritos fizeram ao menos uma partida fraca, e o melhor time da fase de grupos foi a Colômbia, que veio para cá desacreditada por não ter seu grande craque.

A insuportável Grécia jogou bem uma partida de Copa, venceu e foi às oitavas. O toque de bola espanhol foi humilhado, e a Argélia por pouco não calou a Alemanha pela terceira vez. O homem que gerou a melhor cena de 2010 veio ao Brasil como dúvida, foi de herói a vilão e terminou sua passagem pelo torneio como protagonista outra vez.

Há cerca de 50 dias, escrevi um texto em que disse que esta seria a maior Copa do Mundo de todos os tempos. Na época, o fiz somente para tentar trazer os leitores para perto da Seleção e do torneio, não havia como dizer se seria a maior das Copas. Hoje, vejo que a bola se sentiu em casa nos gramados brasileiros e fez desta a maior Copa de todas.

Mas tudo que é bom dura pouco. A Copa, um mês, que já está no fim. Faltam só 10 jogos, e não sei se terei cabeça para escrever após o apito final, no dia 13 de julho. Por isso, já antecipo meus agradecimentos à melhor coisa que já aconteceu neste país, e faço meus votos de que vença o melhor, e que o melhor seja o Brasil.

Obrigado, e volte sempre. A casa também é sua.

Abraços, @Rafael_Araca.


sábado, 21 de junho de 2014

Eternos

Miroslav Klose chegou ao décimo quinto gol em Copas do Mundo. Jogando em uma Seleção de eficiência absurda que pode transformar qualquer grupo em parada fácil, a marca era só questão de tempo. O banco de reservas em que ele se senta ao início de cada partida é só um charme a mais para o recorde.

Mais inevitável que mais um gol de Klose, surge a necessidade de compará-lo a Ronaldo.

Klose é um exímio cabeceador, tem uma noção de posicionamento surreal que faz muita gente considerá-lo um mero sortudo, e faz gol, muito gol. Mas nunca conseguiu destaque com grandes títulos na carreira; o máximo que conquistou foram taças da Bundesliga.

Ronaldo é integrante indubitável de qualquer lista feita sobre os cinco maiores camisas 9 da história do futebol. Ganhou duas Copas do Mundo - sendo protagonista em uma delas -, uma Copa América e duas Copas das Confederações. Ah é, foi eleito o melhor jogador do mundo por três vezes também.



Acho besteira querer criar ódio por um a partir do outro. Os recordes dos dois se completam e escrevem mais uma bela página da história das Copas. O brasileiro que criou a marca na Alemanha, e o alemão que igualou-a no Brasil. Ambos marcando no mesmo adversário.

Klose deve fazer mais um ainda. Que bom. A quebra de recordes faz bem ao esporte, estimula quem corre atrás deles. A certeza de que sempre teremos um Müller para ultrapassar Fontaine, um Ronaldo para batê-los e um Klose superando todos os anteriores é o que mantém o futebol vivo.

E quem ganha com isso é você, que ama o futebol. Mas, lamentavelmente, insiste em chamar um de "gordo" e o outro de "cagão".

Abraços, @Rafael_Araca.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Confessa, vai

Caro (nome ocultado por razões de privacidade),

Em 2007, você recebeu a notícia pela qual esperava desde que se entende por gente: Você terá um mês inteiro pra curtir a mulher dos seus sonhos. Essa mulher é maravilhosa, mas é meio sumida; só aparece para o mundo a cada quatro anos, apesar de todos a desejarem o tempo todo.

Há 64 anos, seu avô teve a chance de pegar a avó daquela mulher. Tudo ia muito bem no relacionamento dos dois, até que, na hora H, o velho brochou, manchando a história da sua família. Conquistar a neta dela virou a obsessão da sua família.

Nesse meio tempo, muitas mulheres vieram. Cinco delas foram muito especiais pra você, outras várias decepcionantes. Vieram 24 anos sem pegar ninguém, enquanto você via todo mundo conquistando a mulherada. Você teve até que aturar aquele cara que você odeia pegando duas, e se achando o melhor de todos por causa disso. Mas não interessa, porque agora você ganhou uma chance com a mulher da sua vida.

Porém, havia um problema. Você teria de esperar sete anos até ter a moça para si. Nesse tempo, ela estaria se preparando para seu tão sonhado encontro. Ela estava indo colocar silicone e comprar roupas melhores, tudo com seu dinheiro, e até fazer seu marketing pessoal com uns empresários da África do Sul.

Então, o problema: O silicone era caro demais, e o assessor da moça pegou muita grana fingindo que ia só comprar as roupas. Como o dinheiro era todo seu, você se revoltou. Disse que não teria mais encontro e aquela não era mais a mulher dos seus sonhos, e até foi às ruas dizendo que a odiava. Ainda colocou nela a culpa de problemas da sua profissão, que ela nada tinha a ver, coitada.

O tempo se passou. Faltando um ano para o encontro, enquanto gritava na rua, você recebeu uma foto da sua paixão platônica e abaixou um pouco a bola. Mesmo assim, seguiu falando com os amigos que não a queria mais, para não perder a pose e a moral.

Agora, faltam menos de 24 horas para o mês que você tanto esperou. Eu sei que você voltará a gritar nas ruas e falar mal da moça. Acredito até que vá berrar aos quatro cantos, com muita dor no peito, que prefere vê-la com outro homem.

Mas confessa aí, vai. Você está louco pra conquistar essa mulher, camarada.

Abraços, @Rafael_Araca.

domingo, 1 de junho de 2014

No caminho

Depois de mais uma vitória em casa, o Tupi completou um terço de sua trajetória na primeira fase da Série C. Ainda é cedo para dizer pelo que vai brigar o time, mas acho bastante válida uma análise do que fez a equipe até o momento e do que deve mirar no torneio.

Foram seis jogos até agora. Quatro em casa, dois fora.

Em casa o Tupi segue, como nos últimos anos, sendo um time chato de se bater, mesmo não jogando bem em nenhuma das partidas.

Na estréia, contra o adversário mais fraco até agora, um empate. O segundo jogo, contra o estranho toque de bola do Guaratinguetá, a primeira vitória, em que de bom, só deu para se tirar os três pontos. Enfrentando o Caxias, outra atuação fraca, mas em que o grupo mostrou poder de reação e vontade que eu não via no Tupi há um bom tempo.

Neste sábado, veio a melhor atuação do time. Várias ótimas chances desperdiçadas, como de costume, e quase nenhum perigo sofrido. Três pontos a mais na conta, e o time vai pra a pausa da Copa do Mundo no G4.

Fora de casa, o Tupi se mostrou frágil e teve duas derrotas merecidas. Porém, é importante levar em conta que os jogos longe de Juiz de Fora foram contra o líder e o vice-líder do grupo.

Olhando para o histórico da Série C, desde que iniciou-se o uso desta fórmula, para fugir do rebaixamento 20 pontos bastam. O Galo já tem metade disso com um terço do torneio decorrido, e ainda joga, em casa e fora, contra São Caetano e Duque de Caxias, os times mais fracos deste grupo. Arrisco dizer que o fantasma do rebaixamento está longe de Juiz de Fora.

Para chegar às quartas-de-final, 28 pontos é a meta. O único caso em que essa pontuação não foi suficiente, foi quando um problema na justiça desportiva colocou onze equipes no mesmo grupo, o que acarretou em duas partidas a mais para cada equipe. Neste mesmo grupo, os dois últimos colocados perderam para quase todo mundo, subindo demais a média de pontuação. Um caso completamente atípico que não deve ser levado em consideração, portanto.

Vencendo todas as partidas em casa, alcança-se 27 pontos, o que exige da equipe somente um empate em nove partidas fora de casa. Como o Tupi empatou uma partida em casa, é preciso vencer um jogo fora do Helenão.

Na volta da Copa do Mundo, o Galo enfrenta os dois últimos colocados do grupo, fora, e o ante-penúltimo, em casa, fechando o primeiro turno. Para se classificar, eu projetaria, no mínimo, seis pontos entre os nove disputados.

Algumas considerações finais:

- Éwerton Maradona é um dos melhores meias que já vi no Tupi. Méritos para a diretoria, que precisa mantê-lo se quiser brigar pela vaga na Série B.
- O Tupi não pode perder o mar de gols que vem perdendo. Contra os adversários mais fortes do grupo e num possível mata-mata, o time vai precisar de mais eficiência nas finalizações.
- Lamentável o público presente nos jogos ocorridos em Juiz de Fora. Apoio nulo da prefeitura da cidade e da população.

Conforme o andamento da Série C, farei mais algumas análises. Deixa só a Copa passar, porque eu não consigo mais pensar em outra coisa.

Abraços, @Rafael_Araca.