quarta-feira, 9 de abril de 2014

Tradição

Se engana quem diz que os brasileiros sabem jogar a Libertadores. Ter tradição é bem diferente de saber jogar o torneio.

Jogar em casa precisando da vitória talvez fosse a melhor das situações para o Flamengo. Da última vez em que um empate bastou, a malandragem carioca se transformou em relaxamento, e um gordinho fez milagre e eliminou o rubro-negro.

Com o Maracanã lotado e uma pressão massacrante pra cima dos mexicanos, fazer um gol a mais que o outro time talvez não fosse nada além do que o Flamengo já fez centenas de vezes ao longo de sua história. Talvez.


Se engana mais ainda quem pensa que futebol se resume em quatro linhas. Cada camisa carrega consigo tradições que justificam o perfil de seus torcedores e o que acontece nos jogos. Aí entra a relação íntima entre o Flamengo, a tensão e o sofrimento, seja nos momentos de alegria, seja nos momentos de tristeza.

Existem times que vivem de títulos, e outros que vivem de torcida. O Flamengo vive de títulos, torcida e histórias sensacionais que beiram a fantasia.

O elenco atual não tem nada de brilhante, e eu não acredito que venceria a Libertadores caso chegasse às oitavas. Mas não faltou raça e vontade em momento algum. Sem vergonha, como foi gritado ao fim do jogo, este time definitivamente não é.

A tristeza e a exaltação dos flamenguistas nesta hora é justa e esperada. Mas quando a poeira baixar, eles verão que hoje foi mais uma página escrita com a assinatura do Flamengo.

Hoje, assim como em 2008, uma página digna de uma tragédia grega. Mas em 2009 e em 2013, foram feitas páginas da eterna epopéia rubro-negra.

E assim segue o Flamengo. Libertadores e eliminações passam, ele fica.

Abraços, @Rafael_Araca.