Toda boa história heróica precisa de um vilão, e isto não é diferente no futebol. Um título não tem graça se não houver luta ou sofrimento. Para isso, inventou-se o famigerado "contra tudo e todos". Mas quando não há vilões, o que fazer? Passar por cima de todos e levantar uma taça insossa? Não, você inventa adversidades.
Esse é o panorama dos times brasileiros na Libertadores, mais uma vez. Com os países vizinhos afundados em crises econômicas, os times tradicionais cada vez mais fracos e fraquíssimas safras de clubes emergentes, fica com o Brasil o posto de absoluto favorito a mais um título continental.
Flamengo e Botafogo têm no seu maior adversário os fatores naturais. A distância do Rio aos jogos fora de casa e a altitude são as esperanças dos fraquíssimos oponentes, que costumeiramente só atuam bem em seus países. O rubro-negro tem pela frente o Bolívar, com seu ar rarefeito de La Paz, e o León, do absurdamente distante México. Já o Botafogo joga a primeira fase na altitude de Quito e destaca sua inexperiência na competição para a exaltação de uma possível epopeia alvinegra.
Cruzeiro e Atlético são absurdamente melhores que seus rivais, de um modo que a invenção de adversidades chega a ser difícil. Do lado azul de Belo Horizonte, um jogo na altitude e o franco favoritismo. Para o Galo, com um grupo facílimo, o pensamento já pode ir para as oitavas-de-final.
O Grêmio ficou no grupo mais difícil da competição, o que não remove seu favoritismo. Um bom elenco e a tradição farão sua parte e o tricolor chegará à fase de mata-mata.
O Atlético Paranaense, mais fraco dos brasileiros, é superior ao seu adversário da pré-Libertadores e tem condições de passar sem problemas do seu futuro grupo.
Não há porque duvidar que teremos 6 brasileiros na segunda fase da Libertadores, e um deles levantando a taça. Hoje veremos o começo disso tudo.
Se formos encarar a realidade, é só mais um ano, é só mais uma Libertadores. Sem dragões em moinhos de vento, que comecem os jogos e vença o melhor brasileiro.
Abraços, @Rafael_Araca.